Um assistente social cristão que foi excluído de um processo seletivo por suas convicções de fé processou a empresa e perdeu a ação. Enquanto recorre em instância superior da Justiça, ele afirma que a decisão contra ele abre um “perigoso precedente para os cristãos” no Reino Unido.
Felix Ngole, 46 anos, lamentou a decisão da Justiça Trabalhista que manteve a decisão da empresa de não reintegrá-lo após ter sido negado um cargo devido às suas opiniões bíblicas sobre a homossexualidade.
O tribunal, presidido pelo juiz trabalhista Jonathan Brain, reconheceu que Ngole havia sido diretamente discriminado quando a Touchstone Leeds, uma recrutadora do NHS, retirou a oferta de emprego inicial.
O assistente social, que é de origem camaronesa, está sendo apoiado pela entidade Christian Legal Centre, um braço jurídico da Christian Concern, órgão que monitora as violações de liberdade religiosa.
Mesmo reconhecendo que o cristão foi prejudicado, o tribunal rejeitou as alegações de Felix Ngole de discriminação indireta e assédio durante os procedimentos subsequentes, incluindo uma segunda entrevista destinada a investigar melhor suas crenças.
O juiz Brain teria dito que a decisão de rescindir a oferta de emprego foi influenciada por preocupações legítimas sobre o impacto potencial das opiniões publicamente conhecidas de Felix sobre a saúde mental de pacientes que se identificam como LGBT. O tribunal concluiu que manter a confiança e a segurança dos clientes era uma preocupação primordial que justificava as ações tomadas pela empresa.
Distorções
Esta parte da decisão atraiu críticas por potencialmente estabelecer um precedente que poderia limitar as oportunidades de emprego para indivíduos que não promovem ativamente a ideologia LGBT, disse a Christian Concern.
Andrea Williams, presidente-executiva do Christian Legal Centre, criticou a decisão pelo que ela descreveu como raciocínio “distorcido” da Justiça, já que prejudica a livre expressão de crenças cristãs tradicionais e pode levar à discriminação generalizada no emprego contra aqueles que têm visões semelhantes.
O próprio Felix Ngole expressou suas preocupações sobre as implicações da decisão, afirmando que ela poderia impedir os cristãos de conseguir emprego se não endossassem e apoiassem ativamente a ideologia LGBT:
“A decisão, em última análise, estabelece um perigoso precedente, pois dá aos empregadores a liberdade de bloquear cristãos e qualquer um que não promova a ideologia LGBTQI+ do emprego. Se fui discriminado quando eles retiraram a oferta de emprego, então não vejo como não fui discriminado também quando se recusaram a me reintegrar após a ‘segunda entrevista’”, comentou.
Ele acrescentou: “Disseram-me que eu era o melhor candidato para o trabalho, então, de repente, descobriram que eu não tinha condições de ser empregado porque descobriram que sou cristão. Ninguém nunca me disse que eu não os tratei bem na minha experiência profissional. Nunca fui acusado de forçar minhas crenças a ninguém. Apoiei indivíduos vulneráveis de todas as origens, incluindo LGBT”, protestou Felix, segundo informações do portal The Christian Post.
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