Setor será composto por dois delegados e 23 policiais e vai enfrentar, prevenir e mapear tentativas de atentados no DF; profissionais passarão por treinamentos e população vai poder colaborar com denúncias
Por Ian Ferraz, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger
O governador Ibaneis Rocha assinou, nesta quinta-feira (21), o decreto que determina a criação da Divisão de Proteção e Combate ao Extremismo Violento (Dpcev) dentro do organograma da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O ato ocorreu no gabinete do chefe do Executivo e contou com a participação do secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, do delegado-geral da PCDF, José Werick de Carvalho, e do consultor jurídico do governo, Márcio Wanderley.
Ao assinar o decreto, o chefe do Executivo defendeu as forças de segurança do DF e o avanço na proteção da capital do país. “Temos os melhores profissionais do Brasil e os nossos índices de segurança demonstram isso. Com essa nova divisão mantemos a nossa cidade ainda mais protegida. Sabemos da responsabilidade com os três milhões de habitantes, com todo o corpo diplomático e todas as instituições acolhidas aqui no Distrito Federal. Certamente a Polícia Civil fará um belíssimo trabalho preventivo e combativo”, disse Ibaneis Rocha.
A criação da Dpcev é uma iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF) para prevenir que episódios como o das explosões na Praça dos Três Poderes, na noite de quarta-feira (13), voltem a ocorrer. O caso é investigado pela Polícia Federal (PF) com apoio das polícias Militar (PMDF) e Civil (PCDF).
A nova divisão da PCDF será composta por dois delegados e 23 policiais e vai combater, prevenir e mapear tentativas de atentados no DF. A Dpcev terá cartório, seção de análise técnica, seção de fontes humanas, seção de investigação, seção de investigação cibernética e seção de operações.
No organograma da PCDF, a divisão estará no guarda-chuva do Departamento de Inteligência, Tecnologia e Gestão da Informação (DGI), ligada à Coordenação de Inteligência (CI), à Divisão de Controle de Denúncias (Dicoe) e à Divisão de Inteligência Policial (Dipo).
Para a vice-governadora Celina Leão, a criação da Dpcev marca um avanço significativo na prevenção e investigação de crimes no DF. “Essa nova divisão da Secretaria de Segurança Pública, conduzida pela Polícia Civil, reforça nossa capacidade de proteger os poderes e garantir a segurança da população. Nosso compromisso diário é tornar o Distrito Federal um lugar cada vez mais seguro, e tenho plena confiança de que a Dpcev atuará com a excelência já reconhecida da PCDF”, destacou Celina Leão.
O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, defendeu a estrutura que vai atuar tanto na prevenção quanto no combate a manifestações radicais, frequentemente violentas, que possam ameaçar a segurança da capital federal. Avelar destacou a peculiaridade de Brasília como alvo dessas ações devido ao seu papel como sede dos governos local e federal e inúmeras instituições, o que atrai indivíduos com intenções criminosas.
“Brasília tem uma situação muito peculiar, na medida em que, sendo a capital federal, acaba atraindo esse tipo de manifestação radical, muitas vezes violenta e criminosa”, afirmou. A divisão será responsável por monitorar perfis suspeitos, investigando previamente possíveis ameaças, e agindo com uma equipe especializada para garantir que atos extremistas não se concretizem. “A PCDF que já tem o maior índice de solução de criminalidade em todo o país agora também expande a sua atividade nesse sentido de evitar atos de extremismo violento”, acrescentou Avelar.
De acordo com o delegado-geral da PCDF, José Werick de Carvalho, os profissionais da divisão vão passar por treinamentos específicos. Ele afirmou também que a população vai poder colaborar com denúncias para que a divisão investigue. “Vamos criar quatro seções, uma específica para a investigação de atos violentos extremistas, outra de tecnologia, especificamente nessa área de investigação de redes sociais e de qualquer conduta que possa caminhar nesse sentido de extremismo violento”, detalhou.
“Pretendemos criar um protocolo, fazer treinamento, inclusive no exterior, para que a equipe possa adquirir toda a expertise para enfrentar esse fenômeno que coloca em risco a integridade da sociedade. Nós já temos algumas ações previstas para assim que nós iniciarmos a estrutura da divisão. Nós não podemos deixar que atos extremistas coloquem em risco a democracia, o Estado democrático de direito, integridade das pessoas e das autoridades”, reforçou José Werick de Carvalho.
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Créditos do autor: Cristiane Rocha de Souza da Rocha Pitta
Créditos da imagem: Reprodução/Divulgação
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