Os cristãos paquistaneses vivem sob intensa perseguição e no último sábado, uma turba de extremistas muçulmanos linchou um sapateiro cristão e seu filho na província de Punjab. Após o crime, a Polícia prendeu 100 suspeitos pelo crime.
O tumulto, registrado na cidade de Sardodha, em Punjab, saiu de controle. O sapateiro cristão de 70 anos foi acusado de profanar o Alcorão, e seu filho também foi atacado.
A multidão furiosa cercou a casa do idoso, linchou ele e seu filho e queimou a casa e a sua oficina de fabricação de sapatos. No Instagram, a página da Christian Concern publicou vídeo com cenas fortes do tumulto.
“A situação era altamente volátil, com a multidão exigindo que o suposto blasfemador fosse entregue a eles para enfrentar sua ira”, afirmou a polícia local, em comunicado divulgado na segunda-feira, 27 de maio.
A agência Associated Press informou que a polícia resgatou cerca de 10 pessoas, incluindo o sapateiro cristão e seu filho, que foram levados para o hospital. Durante a operação de resgate, vários policiais ficaram feridos após a multidão atirar pedras e tijolos contra eles.
A polícia de Punjab informou que reforçou a segurança nas igrejas na região. De acordo com o oficial de polícia Assad Ijaz, as investigações do caso estão em andamento.
No Paquistão, os suspeitos de blasfêmia geralmente são mantidos sob custódia até que o julgamento e os recursos se esgotem. Além disso, a blasfêmia contra Maomé, o profeta do Islã, é punível com a morte e a condenação normalmente ocorre com poucas evidências legais.
Dessa forma, as leis de blasfêmia são frequentemente utilizadas como vingança para acertar contas pessoais ou para resolver disputas sobre dinheiro, propriedade ou negócios. Com apenas uma única acusação, uma multidão se revolta e lincha os acusados, mesmo que não haja provas da alegação.
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