Presente na mesa de quase todos os brasileiros e exportado para todo o mundo, o café é o energizante favorito do país. Mas como começamos a consumir a bebida?
Muito amado no Brasil, o energizante café tem em nosso país seu maior produtor e exportador há quase 200 anos, mas sua origem não se deu em nossas terras. Você sabe dizer de onde vem a bebida indispensável em qualquer café da manhã?
Se você disse África, acertou — se disse Etiópia ou Iêmen, mais ainda. Há algumas controvérsias, já que a tradição conta a lenda de um pastor de cabras chamado Kaldi, que teria descoberto o efeito energizante da planta do café nas planícies etíopes em seu rebanho quando os animais a mascavem e decidiu provar sua frutinha vermelha.
Gostando do efeito, o etíope teria levado os grãos a um monastério próximo, onde um monge, em desaprovação, teria jogado tudo no fogo. O agradável cheiro de sua torra, no entanto, fez com que surgisse a ideia de moer os grãos e prepará-los na água, criando o clássico método. A lenda tomaria parte no século IX, em torno de 850 d.C. Não há, no entanto, comprovação para a história.
A verdadeira origem do café
Apesar da lenda colocar uma origem antiga ao uso do café, não há relatos de seu manuseio até o século XV. O que a história nos diz é que, no mais tardar, os habitantes de Meca (cidade na atual Arábia Saudita) já conheciam a bebida em 1414. No início do século de 1500, ela começou a ser exportada para o Egito através do porto iemenita de Mocha.
O início do uso da planta tinha razões religiosas — os muçulmanos adeptos da corrente mística do sufismo usavam o café para se concentrar e, em alguns casos, “transcender” durante canções para Alá, especialmente no Iêmen.
Cafés para o consumo da bebida começaram a abrir no Cairo, no Egito, e na Síria, chegando a Istambul em 1554. A cidade era a capital do Império Turco Otomano, e foi através dela que o café e seu preparo se espalharam para a Europa, junto ao porto de Mocha. No século XVII, cafés já estavam presentes na Holanda, Inglaterra e Alemanha.
No Novo Mundo, o café chegou através da colonização. Um dos pioneiros foi Gabriel de Cleu, oficial da marinha francesa e governador da colônia de Guadalupe, no Caribe, que trouxe mudas consigo à Martinica em 1720. O cultivo se espalhou pelas ilhas caribenhas e pelo restante das Américas.
O café no Brasil
No Brasil, a planta chegou clandestinamente através do sargento-mor Francisco de Melo Palheta, que, em 1727, conseguiu uma muda na Guiana Francesa a pedido do governador do Estado do Grão-Pará.
O cultivo teve início no Norte e Nordeste, mas o clima não era apropriado — quando o café chegou ao Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, no entanto, o cenário mudou. O plantio foi tão bem-sucedido que, em 1852, o Brasil se tornou o maior produtor mundial de café, e nunca perdeu esse status.
Segundo estudiosos árabes medievais, a origem da palavra café viria do termo qahwah, que significava “vinho” em árabe, e teria sido usada para o grão e a bebida por conta de sua cor escura. A palavra foi evoluindo, passando para o turco otomano como kahve e chegando ao português como o moderno café. Vai uma xícara aí?
Fonte: Associação Brasileira da Indústria do Café, BBC
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