A mais antiga convenção presbiteriana dos Estados Unidos, PCUSA, mergulhou no progressismo e liberalismo teológico e agora tenta impor um questionário aos candidatos ao ministério pastoral para filtrar suas opiniões sobre temas LGBT.
A Presbyterian Church in the United States of America (PCUSA) foi a maior denominação protestante dos EUA, mas rapidamente tem se distanciado da doutrina bíblica para abraçar o progressismo ao longo das últimas décadas.
Agora, a PCUSA quer impedir que conservadores teológicos cheguem aos cargos clericais e para isso está trabalhando na criação de um questionário sobre orientação sexual e identidade de gênero.
Conhecida como “Abertura Olympia”, em homenagem ao presbitério de onde surgiu, a proposta foi dividida em duas partes, ambas aprovadas pelos comissários na 226ª Assembleia Geral na quarta-feira, 03 de julho, de acordo com informações do portal The Christian Post.
A justificativa oficial da abertura explicou que a proposta surgiu porque pessoas ordenadas no Presbitério de Olympia, no estado de Washington, tinham “opiniões que não abraçavam totalmente o status igualitário e afirmado das pessoas LGBTQIA+ na igreja”.
Também conhecida como POL-01, a proposta seguirá para os presbitérios para ratificação, com as duas partes da medida sendo apresentadas separadamente aos órgãos regionais para consideração.
A primeira parte, que pedia que a orientação sexual e a identidade de gênero fossem adicionadas à política antidiscriminação do Livro de Ordem da PCUSA, foi aprovada por 389 votos a 24.
A segunda parte, que exigia que os candidatos à ordenação fossem questionados sobre suas opiniões sobre discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero, foi aprovada por 297 votos a 130.
Durante a discussão da segunda parte, o presbítero Dustin Wilsor, do Presbitério de Seattle, ofereceu uma emenda acrescentando a frase “os Princípios Históricos da Ordem da Igreja (F-3.01)” à lista de tópicos obrigatórios de questionamento para os candidatos, a fim de reafirmar o compromisso com a “liberdade de consciência”. A emenda foi aprovada por 216 votos a 192.
Em contraste com a primeira parte da abertura, a proposta sobre o que poderia ser perguntado aos candidatos ao clero em relação à inclusão LGBT gerou um debate considerável, evidenciando opiniões divergentes entre os votantes.
O Delegado Consultivo para Jovens Adultos, Chase White, do Presbitério de Utah, estava entre os críticos, dizendo que, embora apoiasse a primeira parte da abertura, a segunda parte minou a “grande tenda” da PCUSA.
White denunciou a ideia de haver “guardiões” na igreja, citando as políticas anteriores da Presbiteriana dos EUA, quando esta proibia a ordenação de indivíduos abertamente gays: “Acredito que esta seção da abertura ameaça nosso testemunho de Cristo, porque nos permite ser novamente guardiões, mas agora apenas para um grupo diferente de pessoas que decidimos pertencer ao lado de fora. Todos pertencem ao lado de dentro, mesmo aqueles com quem discordamos”.
O ancião Benjamin Fitzgerald-Fye, do Presbitério de Cayuga-Syracuse, defendeu a proposta, dizendo que ela “não era punitiva” e “não pedia que ninguém fizesse nada”, minimizando as críticas do colega.
“Isso não impede ninguém de fazer nada. Não podemos ter uma conversa se continuarmos nos dando permissão para não falar sobre as coisas. Não é legal deixar de lado os direitos dos outros porque é desconfortável falar sobre isso. Não é legal excluir pessoas conscientemente e então não ter que falar sobre isso. O que isso faz é nos pedir para começar a ter uma conversa, para que as pessoas saibam onde estamos como líderes”, acrescentou o progressista Fitzgerald-Fye.
“Essas conversas foram difíceis porque o Livro da Ordem não inclui identidade de gênero ou orientação sexual em sua lista de classes protegidas”, diz o texto na justificativa oficial. “Essas experiências revelam a necessidade de clareza denominacional em relação ao ministério da igreja para indivíduos LGBTQIA+ como participantes plenos em todos os aspectos da vida na igreja”.
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