O impacto da segregação urbana no direito à cidade e nas desigualdades sociais

Na coluna de hoje, vamos compartilhar com vocês as duas primeiras de uma série de entrevistas temáticas que desenvolveremos neste semestre, com pesquisadores integrantes do INCT – Observatório das Metrópoles, focando nas eleições 2014.

O objetivo da série é destacar os principais problemas das regiões metropolitanas do Brasil e apontar possíveis caminhos para solucioná-los, no intuito de que tais assuntos possam ter visibilidade no debate púbico que ocorrerá nos municípios brasileiros, especialmente no que diz respeito às eleições para prefeitos e prefeitas. Hoje iniciamos com o tema segregação urbana e desigualdades sociais.

O direito à cidade e a influência nas desigualdades sociais

No primeiro link de entrevistas, os três pesquisadores dr. Marcelo Ribeiro (UFRJ), dr. José Júlio Lima (UFPA) e a drª. Vera França (UFS) explicam os padrões de segregação urbana e sua relação com as desigualdades dos recursos humanos, sociais e as de oportunidades. Apontam que a não efetivação do direito à cidade para todos como um dos maiores problemas que atingem a população em condição de extrema pobreza. E ainda, como o crescimento desordenado nas regiões metropolitanas e das mega ocupações causam fortes impactos ambientais e, consequentemente, prejuízos também à qualidade de vida.

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“Antes a cidade era o lugar onde se produzia; hoje, a cidade é o produto”

Este é um dos detalhes importantes que permeiam a segunda rodada de conversa. Os pesquisadores entrevistados drª Márcia Falcão (UFRGS), drª Clélia Lustosa (UFC) e dr. Luís Felipe Aires apontam que a reestruturação socioeconômica de grandes cidades como Fortaleza e São Paulo não são suficientes para diminuir os abismos entre as classes. Veem-se cidades sendo formadas dentro da cidade, como os condomínios de luxo, fragmentando o espaço urbano e até mesmo criando uma nova espacialidade, a Macrometrópole Paulista. Além do mais, há duas perspectivas ideológicas opostas de produção e gestão das cidades: uma apresenta uma gestão que opera para acirrar as desigualdades, a outra age para garantir o direito à cidade.

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