Em nota divulgada neste sábado (6/4), o Itamaraty diz que o governo brasileiro condena, “nos mais firmes termos”, a ação de policiais equatorianos realizada na Embaixada do México, na noite de sexta-feira (5/4).
Na ação, os policiais prenderam o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas. Condenado a 6 anos de prisão por corrupção em um caso que envolve a Odebrecht, ele tinha recebido asilo político do governo mexicano.
O governo brasileiro sustenta que a ação constitui “clara violação” à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, publicada em 1961, que prevê que os locais de missões de um país dentro de um outro — como embaixadas e consulados — são considerados invioláveis. Equador e México aderiram à regra ainda na década de 1960.
“A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização”, prossegue o texto.
Por fim, o Itamaraty afirma que o governo brasileiro manifesta sua solidariedade ao governo mexicano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou a nota oficial nas redes sociais e escreveu: “Toda minha solidariedade ao presidente e amigo Andrés Manuel López Obrador [presidente do México]”.
A invasão causou reação imediata do presidente mexicano. Ele anunciou, na madrugada deste sábado (6/4), que suspendeu as relações diplomáticas com o Equador.
O ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas recebeu asilo político do México e estava na embaixada desde dezembro do ano passado. Ele alega ser vítima de uma “perseguição” da Procuradoria-Geral do Equador.
Pelas redes sociais, Obrador disse ter sido informado da invasão pela Secretaria de Relações Exteriores. Ele afirmou ainda que o caso é uma violação do direito internacional e da soberania do México.
Crise diplomática
Equador e México vivem uma crise diplomática, que se agravou recentemente. Na última quinta-feira (4/4), a embaixadora do México no país foi declarada “persona non grata” após o governo afirmar que o presidente mexicano fez comentários “infelizes” sobre as eleições equatorianas de 2023.
Nessa sexta, um contragolpe. O governo do México anunciou que tinha concedido asilo político a Glas.
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