Após confissão pública e afastamento do púlpito, Paulo Júnior ainda aparece como presidente da Igreja Aliança do Calvário.
Por Redação • Publicado em 18/05/2025 às 10h56
Dois meses após ser removido do pastorado por confissão pública de abusos, o nome de Paulo Carlos da Silva Júnior, conhecido como pastor Paulo Júnior, ainda consta como presidente jurídico da Igreja Aliança do Calvário, conforme consulta feita no dia 17 de maio no site da Receita Federal.
A informação surpreendeu membros e lideranças do meio reformado, que desde março acompanhavam os desdobramentos da queda de um dos nomes mais influentes do movimento evangélico conservador no Brasil.
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A queda de Paulo Júnior
O afastamento do pastor foi formalizado em março deste ano, após ele mesmo publicar um vídeo admitindo comportamentos abusivos em seu ministério. Na gravação, ele se descreveu como um líder “agressivo, manipulador e ofensivo”, tanto dentro da igreja quanto em seu convívio familiar.
“Eu vinha conduzindo a igreja de forma equivocada, ferindo, magoando e ofendendo pessoas”, declarou na ocasião.
A nota oficial divulgada pela própria Igreja Aliança do Calvário confirmou os relatos e reforçou que o comportamento de Paulo Júnior já era motivo de preocupação interna há anos.
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Relatos de discípulos e agravamento da crise
As confissões públicas de Paulo Júnior motivaram também manifestações de seus ex-discípulos, que criticaram a maneira como o líder conduziu processos de disciplina e arrependimento dentro da igreja. Um dos vídeos mais repercutidos mostra um ex-líder relatando constrangimentos sofridos em reuniões públicas de confissão de pecados, conduzidas pelo próprio Paulo.
Além das acusações de abuso emocional, surgiram relatos não confirmados de condutas inadequadas durante atendimentos pastorais, o que aumentou a pressão pelo afastamento total.
Mesmo afastado, nome permanece ativo como presidente
O que chama a atenção agora é o fato de que, mesmo tendo deixado publicamente o cargo de pastor, Paulo Júnior ainda figura como presidente da Igreja Aliança do Calvário no CNPJ ativo da entidade, conforme dados da Receita Federal.
A informação foi verificada no dia 17 de maio de 2025 — quase dois meses após a nota oficial da igreja e o vídeo de confissão.
Possível retorno divide opiniões
O fato de Paulo Júnior seguir vinculado à liderança jurídica da igreja alimenta especulações sobre um possível retorno. Há relatos de que um grupo mais conservador da Aliança do Calvário defende a reabilitação do líder, argumentando que ele estaria passando por um período sabático e de restauração emocional em Goiânia.
Segundo fontes próximas, esse grupo ainda enxerga Paulo como alguém fundamental para manter a igreja “pura e imaculada”, nos termos utilizados pelo próprio pastor em suas pregações.
A permanência de Paulo Júnior no cargo de presidente da igreja, mesmo após a confissão e o reconhecimento público de que estava “desqualificado para o ministério pastoral”, levanta questionamentos jurídicos e eclesiásticos.
“Eles me convenceram do meu pecado. Meus olhos se abriram”, declarou ele no vídeo publicado em março.
A ausência de uma mudança formal no registro da Receita Federal indica, na prática, que ele ainda detém autoridade administrativa sobre a instituição — inclusive para movimentações financeiras e decisões estratégicas.
Expectativas para os próximos passos
Até o momento, a Igreja Aliança do Calvário não se manifestou oficialmente sobre os motivos de Paulo Júnior ainda figurar como presidente. Não está claro se haverá nova assembleia, alteração estatutária ou substituição formal no CNPJ.
Enquanto isso, o nome do ex-pregador reformado continua associado à liderança da instituição que ele mesmo ajudou a fundar e expandir.
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