A perseguição religiosa aos cristãos evangélicos possui vários contornos, sendo um deles o da chantagem, que pode ser emocional e até pelo corte de suprimentos básicos para a sobrevivência humana, como a água. Essa é a situação enfrentada por famílias da comunidade Valle Esperanza, no munício indígena de Oaxaca, no México.
De acordo com informações da organização Portas Abertas, famílias de evangélicos locais tiveram o fornecimento de água cortado por lideranças locais, simplesmente por decidirem não participar de celebrações religiosas comunitárias que contrariam os ensinamentos da Bíblia sagrada.
Uma dessas celebrações é o “Festival dos Três Reis”, organizado por católicos. Numa tentativa de abrandar os ânimos de perseguição, uma família evangélica local decidiu contribuir financeiramente com a organização do evento, mas isso não foi suficiente.
Em 5 de janeiro desse ano, um morador que não teve o nome revelado por razões de segurança recebeu a visita de autoridades em sua casa. “Não queremos mais vocês aqui. Encontrem outra comunidade que os aceite, porque vocês não são bem-vindos aqui”, disseram eles.
Até então, ao menos três famílias de evangélicos perderam o fornecimento de água devido aos seus posicionamentos bíblicos. Essa perseguição, contudo, não é novidade na região. O GospelMais já denunciou outros casos semelhantes ocorridos anos atrás, quando o corte de outros serviços básicos também foram realizados contra os protestantes.
“O antagonismo étnico se manifesta porque 21,5% da população do México pertence a grupos indígenas. Essas comunidades são governadas por leis e costumes tradicionais, com mínima intervenção do Estado”, disse a Portas Abertas na época.
“Os que se convertem ao cristianismo protestante enfrentam pressão e ataques violentos quando abandonam as práticas do grupo étnico ao qual pertencem”, explica a organização, que desde então vem acompanhando a situação local.
O morador que teve o fornecimento de água cortado, agora, pede que a justiça seja feita pelo benefício de todos, não só dos evangélicos, mas de todas as minorias que enfrentam chantagens por intolerância religiosa.
“O que eu exijo é que a lei seja sempre em favor do ser humano. É isso que espero da justiça. Ao todo, são 64 comunidades no município, com um total de quase nove mil pessoas. Dessas, quase duas mil são cristãs”, diz o morador.
“Em nossa comunidade, somos cerca de 61 pessoas no total, com uma minoria cristã. Então se não exigir meus direitos, tenho medo de que isso se repita em outras comunidades e afete mais cristãos. Por isso me mantenho firme”, conclui.
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