O estudo “Conectividade Significativa: propostas para medição e o retrato da população no Brasil” evidencia o retrato da conectividade no país. Segundo a pesquisa, somente 22% dos brasileiros com 10 anos ou mais têm condições satisfatórias de conectividade.
Foram propostos nove indicadores, agrupados em diferentes dimensões (acessibilidade financeira, acesso a equipamentos, qualidade da conexão e ambiente de uso). Quatro descrevem atributos individuais e os outros 5 refletem características dos domicílios. São eles:
- custo da conexão domiciliar,
- plano de celular,
- dispositivos per capita,
- computador no domicílio,
- uso diversificado de dispositivos,
- tipo de conexão domiciliar,
- velocidade da conexão domiciliar,
- frequência de uso da Internet,
- e locais de uso diversificado.
A partir da soma das variáveis, os pesquisadores estabeleceram diferentes níveis de conectividade significativa, o que resultou numa escala de 0 a 9 para cada pessoa presente na amostra.
Somente 22% alcançaram a maior faixa (de 7 a 9) e 20% ficaram na de 5 a 6 pontos.
O maior grupo observado obteve scores de até 2 pontos, o que corresponde a um terço (33%) da população.
Para compreender o cenário tecnológico no país, foram utilizados os indicadores mais recentes da TIC Domicílios, pesquisa anual que mapeia o acesso às tecnologias de informação nos domicílios urbanos e rurais do país. A partir da observação dos dados, foram identificadas deficiências no acesso, no uso e na apropriação da rede entre os brasileiros.
A pesquisa, lançada nesta terça-feira (16), em Brasília (DF), foi realizada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O material também será apresentado durante reunião do G20 neste mês.
A iniciativa entende que, por conta dos rápidos avanços tecnológicos, o momento exige um alargamento da compreensão sobre a inclusão digital. “Considerar o nível de conectividade de um país pela quantidade de usuários de Internet entre seus habitantes não é mais suficiente. Para entendermos melhor nossa realidade, investigamos a qualidade da conectividade dos brasileiros por meio de diferentes recortes”, destaca Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.
Conectividade por região
A avaliação feita com base nesses aspectos mostrou que as piores condições estão nas regiões Norte e o Nordeste, com apenas 11% e 10% da população, respectivamente, na faixa entre 7 e 9 pontos, e 44% e 48% (na mesma ordem), ocupando o outro extremo da escala (até 2 pontos) – a média nacional é de 33%.
Em contrapartida, Sul (27%) e Sudeste (31%) registraram os melhores índices, sendo as únicas regiões no país em que a quantidade de habitantes na maior faixa é superior do que aquela na pior faixa.
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